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Cinema Latino

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Hugo del Carril

Leitores do Sala Latina, apresento a todos o texto de um dos maravilhosos blogs que tenho a honra de visitar e ler, é o da minha amiga Rubi, nele você encontra raridades do mundo da sétima arte e sempre algo que você ainda não conheceu. Pedi sua permissão para postar aqui um texto seu, sobre um dos famosos atores argentinos do passado.


No dia 30 de novembro de 1912 nascia Piero Bruno Hugo Fontana, que mais tarde ficou conhecido pelo nome artístico Hugo del Carril. Renomado ator, diretor e cantor argentino, Hugo era filho de Orsolina Bertani e Hugo Fontana e apesar de nascer em berço de ouro, sua jornada foi cercada de muitas dificuldades. Quando criança, viu-se obrigado a morar com outra família por conta da separação dos pais. Há relatos e declarações do próprio Hugo, que essa atitude fez com que nunca os perdoasse, no entanto, quando adoeceram não lhes negou a devida atenção enquanto vivos. Porém o fato de nunca ter visitado os túmulos de seus pais deram ênfase ao sentimento que o consumia. Durante a adolescência, costumava faltar as aulas para frequentar um pequeno bar reduto de artistas, na esperança de tornar-se um cantor; isso fez com que fosse expulso do colégio. Em 1927, aos 15 anos de idade, com o pseudônimo Pierrot iniciou sua carreira com apresentações ao lado dos Irmãos Leguizamon.

Foram anos difíceis em que teve que trabalhar numa fábrica de sabão e numa vidraria para manter sustento próprio. Utilizou outro pseudônimo Alejo Pacheco Ramos, trabalhou como locutor de rádio e estribilista (cantor de segunda linha que só cantava o refrão de cada tango). Em 1930 conheceu Roberto Acuña, membro do Chispazos de tradición (radioteatro), que o conduziu pela primeira vez à Radio Nacional. A parceria deu origem a dupla Acuña-Carril que fez sucesso durante quatro anos até a morte de Acuña. A morte do amigo induziu Hugo a afastar-se da carreira e não fosse o incentivo daqueles que o cercavam, certamente a teria abandonado. Em 1935 mudou-se para a Rádio El Pueblo e no ano seguinte estava na Rádio El Mundo onde conheceu Tito Ribero, que se tornou seu parceiro musical ao longo da vida. Neste período rompeu seu noivado com Perla Moreno. Em 1937 foi contratado pelo cineasta Manuel Romero para gravar o tango Tiempos Viejos no filme Los muchachos de antes no usaban gomina ao lado de Florencio Parravicini, Mecha Ortiz, Arrieta Sabina e Olmos Santiago.

Isto abriu-lhe caminhos para que a Lumiton o contrarasse para participação de três outros filmes: La vuelta de Rocha com Amanda Ledesma, Tres anclados en Paris e Madreselva, onde, neste último, durante as filmagens conheceu Ana Maria Martinez, com a qual teve uma relação atribulada. A partir daí sua fama como galã e ator rendeu-lhe os filmes: La vida es un tango, La vida de Carlos Gardel, Gente bien, El astro del tango e Confesión, La canción de los barrios, En la luz de una estrella e Cuando canta el corazón, sendo que os três últimos bateram recorde de bilheteria.

A partir de 1943 passou a misturar sua carreira artística com interesses políticos, e neste mesmo ano após a filmagem de La pasión imposible e La piel de zapa, conheceu Juan Perón ao qual fez a entrega de uma carta de Manuel Ávila Camacho, ex-presidente mexicano. No ano seguinte, estrelou a comédia Los dos rivales ao lado de Luis Sandrini e em 1945 compôs o elenco do filme La Cabalgata del Circo, onde contracenou com Evita Perón. Em 1946 em território mexicano, estrelou Canción desesperada e La noche y tu e "Compadrón, Che, papusa, oi e Pobre mi madre querida"; neste período surgiram boatos de sua morte num acidente de carro.

Três anos mais tarde, estrelou, dirigiu e produziu Historia del 900 e gravou Marcha Peronista, que o consagrou definitivamente. Na década de 50 dirigiu, produziu e atuou em diversos filmes, incluindo clássicos como El negro que tenía el alma blanca, Vida nocturna, La Tierra del Fuego e La Quintrala. Sempre envolvido com política, foi preso por conta de seus filmes e a chamada Revolução Libertadora Argentina tirou os seus filmes de cartaz. Após permanecer preso por 41 dias, voltou as telas para estrelar no filme El último perro, mas foi detido novamente acusado de desviar verba para produzir La Quintrala.

Na década de 60, conheceu Violeta Curtois com quem se casou em 1961. Nesta mesma época, produziu inúmeros filmes e foi visto pelos artistas como exigente e perfeccionista. Após sofrer um grave acidente de automóvel, nasceu sua primeira filha, Marcela Alejandra. Recuperado, dirigiu e estrelou Buenas noches, Buenos Aires (primeiro musical colorido argentino) que contava com elenco grandioso, no entanto, por conta de seu envolvimento político, o filme não alcançou o sucesso esperado. Em 1965 nasce seu segundo filho Hugo Miguel, no ano seguinte a terceira, Amorina e em 1969 Eva. Na década de 70, assinou contrato com o Canal 11, onde passou a apresentar o programa Tango Club e Carpa del Pueblo. A partir de 1973, livre da perseguição política,estrelou os filmes: Siempre fuimos compañeros e La mala vida; já em  1975 despediu-se da carreira de diretor com o filme Yo maté a Facundo. Em 1986, foi nomeado Cidadão Ilustre de Buenos Aires; porém com a morte de Violeta, no mesmo ano, Hugo entrou em depressão e dois anos mais tarde foi internado após sofrer infarto. Sua recuperação foi lenta mas permitiu-lhe ainda prestigiar uma homenagem ao seu 50º aniversário de sua primeira atuação em setembro de 1989; porém no dia 13 de agosto do mesmo ano, faleceu aos 71 anos de idade, sendo enterrado junto com Violeta Curtois no Cemitério de Olivos.

Fonte: Blog All Classics

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