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Cinema Latino

sábado, 5 de novembro de 2011

Banderas e Almodóvar retomam parceria em 'A Pele que Habito'



Carla Navarrete, da Redação Yahoo! Brasil

 Iniciada em 1982, a parceria entre Antonio Banderas e Pedro Almodóvar rendeu cinco filmes até 1990, incluindo os clássicos “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” (1988) e “Ata-Me” (1990). Depois disso, Banderas foi para a terra do Tio Sam, casou-se com a atriz Melanie Griffith e se tornou ícone do esteriótipo de amante latino em Hollywood. Já Almodóvar continuou filmando na Espanha e se aperfeiçoando.
Cerca de 20 anos depois, eis que os dois voltam a trabalhar juntos em “A Pele que Habito”, que estreia nesta sexta-feira (4) nos cinemas brasileiros. Mais uma vez, Almodóvar recorre ao suspense para contar uma história que nas mãos de qualquer outro diretor viraria um filme gore (gênero em que sangue e vísceras imperam na trama). Nas mãos do espanhol, porém, é pura arte.
Baseada no livro “Tarantula”, do francês Thierry Jonquet (1954-2009), a produção é centrada no cirurgião plástico Robert Ledgard (Banderas), um brilhante médico assombrado por uma tragédia familiar. Vivendo recluso na cidade de Toledo, ele desenvolve um tipo de pele artificial, que utiliza tecidos de porcos, e que resiste a qualquer tipo de dano.
O que o cirurgião não revela a seus companheiros de pesquisa é que os testes para desenvolver a pele especial não foram feitos em animais, como era de se esperar, e sim na misteriosa Vera (Elena Anaya, que na tela lembra muito a atual musa de Almodóvar, Penélope Cruz). A jovem vive trancafiada em um quarto na mansão de Robert, sob os cuidados da governanta Marilia (Marisa Paredes, também constante na obra do diretor).Banderas e Elena Anaya em cena do filme, suspense psicológico de Almodóvar.
Sob os olhos da serviçal, o médico e a bela mulher vivem uma relação nada clara aos olhos do espectador. Contudo, o filme vai revelando pouco a pouco o passado sombrio que uniu os dois, em uma virada surpreendente.
Almodóvar nem sempre se sai bem quando foca no universo masculino, a exemplo de “A Má Educação” (2004), um dos filmes mais fracos de sua atual fase mais madura. Mas isso não acontece em “A Pele que Habito”, cuja tensão prende do começo ao fim. E ainda sob uma estética que se aproxima do lirismo.
No longa ainda sobram referências ao Brasil (uma paixão do diretor), sob a figura de Zeca (Roberto Álamo), personagem que chega para bagunçar a vida de sua mãe, a governanta Marilia, e a de Robert. No entanto, o malandro de sotaque esquisito é o típico esteriótipo de brasileiro mal-intencionado, que vai à Europa para viver na criminalidade. Para quem não se incomodar com isso, o filme vale muitíssimo a pena.

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