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Cinema Latino

domingo, 5 de junho de 2011

Leandra Leal em recente entrevista

Leandra Leal fala de seu melhor papel



Para viver a médica residente Carmem, protagonista de “Estamos Juntos”, novo filme de Toni Venturi, a atriz Leandra Leal passou algumas semanas no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. Lá, pôde conhecer a rotina e a vida de médicos e enfermeiros e garante que foi uma experiência marcante. “Foi incrível, deu humanidade à Carmem. No hospital, as pessoas têm uma rotina exaustiva e apaixonante, é uma realidade que suga e ao mesmo tempo alimenta muito”.
Na história, Leandra interpreta Carmem, uma médica residente que tem sua vida alterada ao descobrir que pode estar gravemente doente. 


Sua participação no longa foi tão intensa que o diretor a convidou para também atuar na produção, interferindo no roteiro com novas propostas e ideias.
“Foi um filme que me consumiu muito, pelo volume e pela responsabilidade. Quando eu voltava para casa, pensava o que ia fazer no dia seguinte”, disse a atriz, que por sua entrega foi premiada no recente festival Cine-PE. Confira o resto da entrevista. 


Você participou de vivências nos ambientes onde se passa a história. Fale um pouco dessa experiência.
Com o Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC) eu não tive tanto contato, apenas na época das filmagens e foram bem intensas, porque a personagem era estranha àquilo tudo. Quando a equipe foi lá antes da filmagem, eu não quis ir junto porque seria legal aproveitar o impacto pessoal. No hospital foi incrível, apaixonante. Deu humanidade à Carmem, alguém que é autossuficiente, fechada e órfã. No hospital, as pessoas têm uma rotina exaustiva e apaixonante, e é difícil se relacionar com outras pessoas que não sejam daquele ambiente. É uma realidade que suga e ao mesmo tempo alimenta muito. 

Sua personagem passa por um momento muito dramático. Isso chega a afetar psicologicamente o intérprete?
Não tenho nada disso, afeta numa questão mais racional, mesmo, porque eu passo o tempo inteiro pensando sobre o trabalho. Esse filme me consumiu muito, ser protagonista de um filme te consome muito, pelo volume e pela responsabilidade. Quando eu voltava para casa, pensava o que ia fazer no dia seguinte, então desta forma esse estado fica em você numa relação objetiva, mas não de ser e viver o personagem. Psicologicamente pode até afetar, mas no sentido de entender outros aspectos do ser humano. A Carmem passa por uma sensação que nunca passei e espero nunca passar. A questão da Carmem não é só a doença, mas a descoberta de que a vida não é eterna, algo que a afeta profundamente. E que você não é o senhor de seu destino, por mais que você pense, a vida acontece. 



O que aprendeu com o filme?
O MSTC foi uma descoberta. Eu já conhecia o movimento, mas eu nunca tinha visto de perto. Qualquer movimento que esbarra na palavra propriedade será criminalizado e sofre com o pouco envolvimento da sociedade e da pouca cobertura da imprensa. Cara, eu vi no MSTC o quanto é fácil alguém vir para São Paulo e acabar morando na rua. A maioria dos casos é de pessoas que vieram do interior com o contato de um único amigo que já veio antes, então arranja um emprego, aluga um quarto e tem um salário que só dá para pagar o aluguel. Se ele ficar desempregado e se não arrumar outro em seguida, não paga o aluguel e é despejado. Sem o CEP, não arruma emprego e acabou, vai morar embaixo da ponte. Quando estávamos fazendo o filme, houve uma desapropriação em uma favela na Zona Sul de São Paulo e foram 2 mil famílias para a rua. Eu não consegui acreditar, eram quase 10 mil pessoas. E a cidade não fala nada, isso não é possível, é muita gente.

 

Leia também a entrevista com o diretor:

Fonte: Pipoca Moderna

2 comentários:

  1. Além de muito talentosa essa menina pe lindissima. A história do filme parece ser bem comovente e qiestão da fragilidade de nossas vidas é assustadora.

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  2. Muito boa entrevista. Acho a Leandra uma das nossas melhores atrizes.

    O Falcão Maltês

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