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Cinema Latino

domingo, 4 de abril de 2010

Walter Salles elogia o cinema argentino

A reportagem é antiga. Deveria ser publicada assim que saiu. Quer dizer, não é tão antiga assim, foi ainda da premiação do Oscar 2010, agora há pouco. Selecionei um trecho e deixarei link abaixo para que possam lê-la completa:
"(...) O Oscar 2010 também evidenciou, na decisão do Melhor Filme Estrangeiro, a distância que separa o evento americano dos grandes festivais europeus. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, “A fita branca”, o brilhante filme de Haneke, era dado como favorito ao Oscar. A vitória de Campanella surpreendeu a muitos, mas premia um diretor rigoroso, de grande domínio narrativo. Campanella conhece bem os códigos cinematográficos americanos, tendo dirigido episódios de seriados como “House”. Poderia estar filmando nos Estados Unidos, mas não abdica de trabalhar junto de suas raízes. Cinema com uma mirada própria, que a Academia já havia reconhecido com a indicação de seu filme anterior — “O filho da noiva”.

Cinema de ator, também, porque há que se relevar o fator Ricardo Darín. Não é à toa que Javier Bardem o considera o melhor ator da sua geração em língua espanhola. Darín é um ator que humaniza personagens como ninguém. Na primeira vitória argentina no Oscar, a excepcional Norma Aleandro havia conquistado corações e mentes em “A História oficial”, de Luiz Puenzo. No filme de Campanella, é Darín quem sustenta a trama.

Campanella foi o primeiro a dizer que uma vitória no Oscar não vai resolver os problemas estruturais do cinema argentino. No entanto, é inegável que vai trazer mais oxigênio a uma cinematografia que já tem o mérito de permitir que gerações diferentes de cineastas possam se expressar livremente, e com constância. Com financiamento centralizado no INCAA (Instituto de Cinema e Audiovisual Argentino), de forma não muito diferente da antiga Embrafilme, o cinema dos nossos hermanos consegue ser plural e, a cada ano, revelar novos diretores. Isso, a custos muito inferiores a dos filmes brasileiros — uma das vantagens de não se trabalhar com incentivos fiscais.
Se o cinema argentino é bom, é também graças à existência de grandes produtores que ajudam a pensar e conceitualizar um filme, como Oscar Kramer (“A História oficial”) ou Lita Stantic (“O pântano”). Também graças a eles, os temas eleitos não são quase nunca tratados de forma frontal, e sim indireta. Nada soa didático, sublinhado. Os espaços em branco convidam o espectador a entrar dentro do filme".

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